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Doença Celíaca

É uma desordem sistêmica autoimune, desencadeada pela ingestão de glúten. O glúten é uma proteína que está presente nos seguintes cereais: trigo, centeio, cevada (e na aveia por contato cruzado). A doença celíaca é caracterizada pela inflamação crônica da mucosa do intestino delgado que pode resultar na atrofia das vilosidades intestinais, com conseqüente má absorção intestinal e suas manifestações clínicas.

A doença celíaca ocorre em pessoas com tendência genética à doença. Geralmente aparece na infância, nas crianças com idade entre 1 e 3 anos, mas pode surgir em qualquer idade, inclusive em pessoas idosas. A prevalência mundial de Doença Celíaca é estimada em 1% da população. No Brasil ainda não existem estudos multicêntricos para sabermos a prevalência da Doença Celíaca entre os brasileiros. Já foram feitos estudos em algumas cidades brasileiras, com metodologias e resultados diversos ao longo das últimas décadas. Um desses estudos realizado pela UFPE em 2007 encontrou uma prevalência de Doença Celíaca de  0,84% em uma população brasileira (1 celíaco em cada grupo de 119 pessoas), confirmados com testes sorlógicos, genéticos e biópsia de duodeno.

 

Quais são os sinais mais comuns da doença?

Podem variar de pessoa a pessoa, porém os mais comuns são:  

  • Diarreia crônica (que dura mais do que 30 dias) 

  • Prisão de ventre

  • Anemia

  • Falta de apetite

  • Vômitos

  • Emagrecimento / obesidade

  • Atraso no crescimento

  • Humor alterado: irritabilidade ou desânimo

  • Distensão abdominal (barriga inchada)

  • Dor abdominal

  • Aftas de repetição

  • Osteoporose / osteopenia

  • Infertilidade

  • Dor de cabeça

 

Como a doença celíaca é diagnosticada?

Os exames de sangue são muito utilizados na detecção da doença celíaca. Os exames de sangue (sorologia) do anticorpo antitransglutaminase IgA e do anticorpo antiendomísio IgA são altamente precisos e confiáveis, mas insuficientes para um diagnóstico.  A doença celíaca deve ser confirmada encontrando-se certas mudanças nas vilosidades que revestem a parede do intestino delgado. Para ver essas mudanças, uma amostra de tecido do intestino delgado é colhida através de um procedimento chamado endoscopia digestiva alta com biópsia de duodeno (um instrumento flexível como uma sonda é inserido através da boca, passa pela garganta e pelo estômago, e chega ao intestino delgado para obter pequenas amostras de tecido).

 

Qual é o tratamento?

O único tratamento é uma alimentação sem glúten por toda a vida. A pessoa que tem a doença celíaca nunca poderá consumir alimentos que contenham trigo, aveia, centeio, cevada e malte ou os seus derivados (farinha de trigo, pão, farinha de rosca, macarrão, bolachas, biscoitos, bolos e outros). A doença celíaca pode levar à morte se não for tratada.

 

O que é dermatite herpetiforme?

É uma variante da doença celíaca, onde a pessoa apresenta pequenas feridas ou bolhas na pele que coçam (são sempre simétricas, aparecendo principalmente nos ombros, nádegas, cotovelos e  joelhos). Também exige uma alimentação sem glúten por toda a vida.  

 

O que é a Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca?
A sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) é uma síndrome caracterizada por sintomas intestinais e extraintestinais relacionados à ingestão de alimentos que contêm glúten em indivíduos não afetados por doença celíaca (DC) nem por alergia ao trigo. Evidências indiretas sugerem que a SGNC é mais comum que a DC. O diagnóstico da SGNC se baseia na exclusão da doença celíaca e alergia ao trigo e no estabelecimento de uma relação de causa e efeito clara entre a ingestão de glúten e o aparecimento dos sintomas por meio de um desafio padronizado, duplo-cego e controlado com placebo.

 

Quais são os alimentos permitidos para quem tem a doença celíaca?

• Cereais: arroz, milho

• Farinhas: mandioca, arroz, milho, fubá, féculas

• Gorduras: azeite, manteiga, banha, óleos vegetais

• Frutas: todas, ao natural e sucos

• Laticínios: leite, manteiga, queijos e derivados

• Hortaliças e leguminosas: folhas, cenoura, tomate, vagem, feijão, soja, grão de bico, ervilha, lentilha, cará, inhame, batata, mandioca e outros).

• Carnes e ovos: aves, suínos, bovinos, caprinos, miúdos, peixes, frutos do mar.

 

Cuidados especiais:

Atenção ao rótulo de produtos industrializados em geral. A lei federal nº 10.674 , de 2003, determina que todas as empresas que produzem alimentos precisam INFORMAR obrigatoriamente em seus rótulos se aquele produto   “CONTÉM GLÚTEN” ou "NÃO CONTÉM GLÚTEN" .

 

Atenção:

• Qualquer quantidade de glúten, por mínima que seja, é prejudicial para o celíaco;

• Leia com atenção todos os rótulos ou embalagens de produtos industrializados e, em caso de dúvida, consulte o fabricante;

• Não use óleos onde foram fritos empanados com farinha de trigo ou farinha de rosca (feita de pão torrado);

• Não engrosse pudins, cremes ou molhos com farinha de trigo;  

* Tenha cuidado com temperos e amaciantes de carnes industrializados, pois muitos contém glúten;

• Não utilize as farinhas proibidas para polvilhar assadeiras ou formas.  

 

Importante:

• Na escola, nunca separe a criança celíaca dos demais colegas na hora das refeições;

• O celíaco pode e deve fazer os mesmos exercícios que seus colegas;

• Existem celíacos que são diabéticos. Portanto, sua alimentação não deve conter glúten e nem açúcar;

• Existem celíacos que têm intolerância à lactose. Portanto, sua alimentação não deve conter glúten, nem leite de vaca e seus derivados.

 

  

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prevalência DC no Brasil
Exames para Doença Celíaca
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